terça-feira, 21 de agosto de 2012

The New World: Mais um filme que aborda o amor entre Smith e Pocahontas


Para quem é doente por Literatura Inglesa como eu deve ter percebido que o único erro fatal de The New World, do brilhante Terrence Malick, foi o amor entre Pocahontas (Q'orianka Kilcher) e John Smith (Colin Farrell). Quem leu a obra sabe do que estou falando.

O filme é voltado todo para a personagem de Kilcher e isso está certo. Ele é feito de vários cortes, porém sempre respeitando uma linha cronológica, por mais que flashbacks apareçam de vez em quando. Quem gosta de movimento vai odiar o filme: ele segue um ritmo lento até mesmo nas batalhas. Mas em relação à fidelidade da obra, ele é muito bom com a exceção acima. A história a partir de John Rolfe (Christian Bale) começa a ser bem fiel já que o personagem de Farrell é deixado de lado por causa de uma suposta morte. Mas isso só acontece com mais da metade do filme.

Na obra, John Smith já tinha sua idade avançada, não era tão mais novo quanto o Smith de Farrell. Pocahontas era uma criança na época que as caravelas inglesas chegaram na América. E quando eu digo criança não significa que ela era velha o suficiente para ser uma adolescente e ter um amorzinho com o velho Smith. Eles se tornaram amigos e ela ajudou muito os homens de Smith, inclusive quando a guerra entre os ameríndios e os ingleses explodiu, tentando trazer a paz entre ambos os povos. Ela ficou tão famosa entre os brancos que decide ir à Inglaterra onde conheceu seu futuro marido, John Rolfe. Eles tiveram um filho, ela morreu muito nova e esse filho deles decidiu voltar à terra da mãe para ter uma vida lá em homenagem à ela. Basicamente, essa é a história do livro.

O filme, porém, aborda mais uma vez o amor inexistente entre John Smith e Pocahontas; um erro fatal que estraga o filme quase todo para os mais críticos como eu. Pocahontas conhece o prisioneiro John Smith por quem se apaixona e passa uma boa parte junto. Depois a guerra entre seu povo e o de Smith começa e eles são obrigados a se separarem. Ela sabe, então, que Smith morreu e fica triste por muito tempo até a chegada de John Rolfe no novo mundo. Rolfe se apaixona perdidamente por ela, ensina a moça a ler e a escrever, planta e colhe junto com ela, até que finalmente ele tem coragem de pedi-la em casamento. E aí que eu fico com raiva, porque ela aceita mas pensando no John Smith. Ahhhhhhhhhhhhhhhh! TÁ ERRADO! Eu sou fã do Rolfe desde pequena quando eu assisti ao segundo filme da Pocahontas da Disney, hahaha! Enfim, voltando ao filme, eles se casam, tem um filho e ficam muito felizes. Até aí tudo de acordo com o livro, mas o John Smith inventa de reaparecer para estragar mais uma vez. O pobre do Rolfe fica sem esperanças, porque sabe que a Pocahontas gosta do Smith e não dele. E eu estava quase arrancando os cabelos até que ela nega Smith e decide ficar com o Rolfe. AMÉM! Eu juro que gritei isso quando a cena passou. Depois dessa, o filme volta a ser fiel ao livro com a morte prematura de Pocahontas, chamada Rebecca depois de batizada, e a viagem do pequeno filho dela com Rolfe de volta às terras da América.


O que eu quero dizer com esse post todo é que basta apenas uma mudança na história para ela não ficar boa. Há pessoas que adoraram o jeito que o filme ficou, mais por causa que a história da Pocahontas da Disney ficou na nossa cabeça. No meu caso, sou daquelas que gostam quando a história chega perto da obra. Não que eu não tenha gostado do filme, mas se seguisse mais o livro, ficaria a melhor adaptação da obra de Pocahontas no cinema.

Nota Final: 7

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