quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Equilibrium: Um Mundo sem Sentimentos


Não sou fã de filmes de ficção científica e o único que me agradava ainda era Matrix (1999), não vou mentir. Porém, sou fã de Christian Bale e dei chance a um filme chamado Equilibrium (2002). De longe, você pode dizer que é uma cópia descarada de Matrix, porém isso não é semiótica. A interpretação pela "capa" apenas é algo muito senso comum. E como não sou desse tipo, decidi guardar minha língua antes de dar minha opinião sobre esse filme. Assisti uma, duas, três vezes. E vou assistir mais. Sabe o por quê? O filme é sem sombra de dúvidas ótimo, excelente. Ah, mas não era uma cópia mal feita de Matrix, Jessica? Como assim o filme é bom? Opa, eu não disse que o filme era bom e sim EXCELENTE. Vou explicar.


Apesar das semelhanças com Matrix em relação as armas, "moda" e cenário, o filme tem um roteiro totalmente diferente. E ainda sim tem originalidade nas lutas, roupas e ambientes. A temática do filme é bem interessante e é passada sem pressa para o espectador. Em apenas 107 minutos, você absorve um mundo totalmente original sem precisar pensar muito e sem dúvidas. E o mais incrível: sem buracos no enredo. O filme apresenta o John Preston (Christian Bale) de forma interessante. Sua classe é (First Class) Senior Grammaton Cleric, uma espécie de Clérigo que é um guerreiro, treinado no maior nível de Gun Kata para exterminar a Resistência, grupo de pessoas que lutam pelos sentimentos em um mundo onde sentir é proibido. Até aí, nada a ver com Matrix. E agora é que as coisas não vão aparecer mesmo.

Preston não sente absolutamente nada. A causa disso é uma droga que ele injeta em seu pescoço para bloquear seus sentimentos. De acordo com Father, o líder de um mundo sem sentimentos, sentir é algo que causava guerras e depois da Terceira Guerra Mundial, o mundo concluiu que o sentimentos e tudo que os provocava (pinturas, música, filmes, cores) deveriam ser destruidos. A droga foi criada e todos são obrigados a tomá-la, incluindo Preston. E ele tem um parceiro na luta contra da Resistência chamado Partridge (Sean Bean). Porém, Partridge foi descoberto pelo próprio Preston que ele não estava tomando a droga e estava sentindo. Preston o exterminou sem pensar.

Depois do incidente, Preston passou pelo mesmo que seu antigo parceiro: enquanto escovava os dentes, ele deixou o recipiente da droga cair no chão e quebrar, tendo nenhuma mais para injetar nele mesmo. Ele pensou que não seria problema, mas com o passar do dia, ele começa a sentir e o faz mudar de ideia sobre as regras da sociedade no decorrer do filme.

A originalidade não para no enredo; temos a Gun Kata, um estilo de arte marcial criada pelo próprio diretor do filme, Kurt Wimmer. Consiste em atirar nos alvos dando tiros em ângulos perfeitos como se fossem golpes de artes marciais como o karatê. As armas também são baita originais! São colocadas embaixo da longa manga do Senior Grammaton Cleric e só precisam de um empurro para descerem para as mãos do atirador automaticamente. O pente delas também ficam embaixo da manga e carregam imediatamente quando o Clérigo coloca as armas na altura das mangas. As armas também possuem no cabo vários "espinhos" quando acionados. Eles servem para bater nas vítimas a fim de economizar bala ou quando não tem mais munição. Em tudo, os Clérigos usam a Gun Kata, principalmente os de primeira classe como Preston. Eles também aprendem a usar a Katana.

Tem gente que vai dizer que as roupas são cópias das do Matrix, mas não é verdade. As roupas de Neo chegam a ser parecidas com as japonesas, mas as de Preston chegam perto das de clérigos, como ele mesmo é. Preston usa dois tipos de roupa como Clérigo: a sua preta, que ele usa no dia a dia e a branca, que ele usa para eventos especiais. Com a branca, além das armas de fogo, ele tem sua Katana branca. Perceba que no filme, apenas roupas brancas, cinzas e pretas são usadas a fim de não despertar o sentimento da população.

Fora tudo isso, ainda temos a espetacular atuação de Christian Bale nesse filme. De um John Preston sem sentimentos a um John Preston sensível, Bale conseguiu diferenciar perfeitamente a característica do personagem do começo até o término do filme.

Recomendo FORTEMENTE o filme. De novo, eu não sou fã de ficção científica, mas esse filme é EXCELENTE. Super original do começo ao fim, e não precisou de uma sequência para complementá-lo. Ele ficou perfeito apenas com um filme.

Nota Final: 8,4

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