domingo, 26 de agosto de 2012

Há males que vem para o bem!

Traduzindo: Christian Bale fez testes para o papel de Robin em Batman Eternamente (2005). Ironicamente nos próximos poucos (lê-se MUITOS) anos, ele fez Bruce Wayne/Batman em Batman Begins e suas continuações The Dark Knight e The Dark Knight Rises.

HÁ MALES QUE VEM PARA O BEM, HEIN, BALE? Ele é muito fã do Cavaleiro das Trevas, mas ainda bem que ele não conseguiu o papel de Robin nos filmes horrendos do Schumacher. Anos depois, algo BEM MELHOR foi apresentado a ele: Batman nos filmes fantásticos do Nolan! Thank God!

Momento Desabafo: Beleza não é tudo!!!

Cá estou eu, em plena madrugada, falando de um assunto que tem me chateado muito: POR QUE RAIOS AS GAROTINHAS TEM QUE ESCOLHER UM ATOR PREFERIDO POR CAUSA DA BELEZA??? Se gostam do Bale, é por causa da beleza dele na trilogia do Nolan. SÓ E SOMENTE SÓ. Por que amam o nada talentoso Robert Pattinson? Por causa da beleza dele, apesar de achar ele um baita feioso. Enfim, gosto é gosto. Que tal um ator que eu sempre achei ruim, mas a população inteira da minha raça (lê-se feminina) o ama? O famoso Daniel Radcliffe! Vamos para um talentoso agora: amam o Johnny Depp? Por que ele é lindo, né?

Ok, FODAM-SE VOCÊS QUE AMAM SEUS ÍDOLOS POR CAUSA DE BELEZA! *respira* "Ah, mas ele é super hiper mega talentoso, o Bale." Concordo, minha cara, mas já viu O Operário? "Ahhh, não! Ele tá muito magro nesse filme. Quero não!" VÃO PRA PQP! Os filmes que eu mais gosto do Bale são justamente O Operário, O Vencedor e Império do Sol. "Esse O Vencedor é aquele que ele teve que emagrecer de novo?" Sim. "Ele tá feio lá, não gostei do filme. E esse Império do Sol?" Ele atuou com 13 anos. "Afff, criança ainda? Quero ver não." DÁ VONTADE DE MANDAR TODAS IREM PARA A...!!!

Outro exemplo? Sabem o novo filme do Superman que vai estreiar próximo ano nas telonas? O ator escolhido foi Henry Cavill. Uma pessoa teve a cara de pau de dizer para mim que não gostou da escolha dele por ele não ser BONITO. Ok, além de ele ser bonito sim, e sim, e mais ainda sim, ele é talentoso.

O que eu quero dizer com isso? Que essas mongolóides de hoje deveriam procurar saber mais sobre um assunto se elas quiserem dar palpites ou ser fã de um determinado ator. FIM.

sábado, 25 de agosto de 2012

Quando a Mágica se torna mortal: A Amizade que gerou a Inimizade

Are you watching closely? - Alfred Borden
Meu irmão ficou batendo em uma tecla sempre: Jessica! Faça uma review de O Grande Truque! E revi o filme justamente para isso. Um dos poucos que me cativaram de verdade, não porque eu sou fã do Bale e nem porque adoro os filmes do Nolan. Você que já viu sabe muito bem o que eu quero dizer. O Grande Truque (2006) é baseado em um livro com o mesmo nome, do autor Christopher Priest (The Prestige, no original). Dirigido pelo brilhante Christopher Nolan, tem como atores Hugh Jackman, Christian Bale, Scarlett Johansson, Michael Caine e David Bowie. No momento em que você pensa que está entendendo o filme, você é sempre surpreendido com uma novidade. É como se o filme por si fosse um truque de mágica para o telespectador. Aconselho que não leia esse post se não viu o filme ainda. ATENÇÃO: SPOILERS ABAIXO!!!

O filme nos traz a história de Robert Angier (Jackman), um rico aristocrata que decidiu entrar na vida da mágica com John Cutter (Caine) e sua esposa, Julia McCullough (Piper Perabo). Entretanto, Cutter conheceu outro interessado por mágica chamado Alfred Borden (Bale) e decidiu contratá-lo para fazer parte dos números e truques. Borden era muito pobre e procurou pelo emprego para não morrer de fome, ao contrário de Angier que se interessava por pura curiosidade. Com o passar das apresentações, Borden foi absorvendo mais a ideia de que aquela era a vida que ele queria. Ambos Borden e Angier eram amigos até um dia brigarem porque Borden queria amarrar a esposa de Angier de um modo diferente, porém mais perigoso. Angier não aceitou e assim também Cutter.
O filme possui vários cartazes que mostram ilusões de ótica.
Entretanto, em uma apresentação, Borden amarrou as mãos de Julia da forma que ele queria sem a autorização de Angier e Cutter, porém com a permissão da própria Julia. Mas, o que era curiosidade de ambos acabou em desastre: Julia morreu afogada na armadilha na frente de todos os telespectadores. Depois daquilo, Angier passou a ter ódio por Borden que acreditava que seu agora rival havia matado o amor de sua vida. Enquanto Angier maquinava sua vingança contra Borden, Borden conhecia o amor de sua vida, Sarah. Casaram-se e para sustentá-la, ele passou a ser mágico; sem sucesso, pobre e de pouco renome, porém, brilhante. Em uma de suas apresentações, ele resolveu usar o truque da arma que não mata, mas Angier estava lá para cumprir sua vingança. Ele atirou nos dedos esquerdos da mão de seu rival. E ali que começava a briga mortal para ver quem se tornava o melhor Mágico da Inglaterra, principalmente quando Borden enriquece com seu truque perfeito, O Homem Transportado. Daí, temos dois caminhos no roteiro. O telespectador decide para quem vai torcer e se impressiona cada vez que o filme vai passando.

Robert Angier - The Great Danton: De um lado temos o rico Angier com o codenome de mágico The Great Danton, criado pela sua falecida esposa. Ele é vingativo, esperto e sua vida passou a ser derrubar Borden e conseguir o segredo para O Homem Transportado, tentando recriá-lo várias vezes com O Novo Homem Transportado e O Verdadeiro Homem Transportado. Ele até mesmo esquece que o real motivo para ele estar fazendo isso tudo era vingar sua esposa, mas ele fica obcecado em Borden e até joga a ideia de sua esposa de lado. Angier confia em Cutter e sua nova assistente e amante, Olivia Wenscombe (Johansson). Ele também contata o excêntrico Nikola Tesla (Bowie) para fazer o seu número mais importante e que ajudou Borden a ser executado por pena de morte por causa da suposta morte dele. No fim, ele é morto pelo Alfred que amava Sarah.

Alfred Borden/Frederick Borden/Bernard Fallon - The Professor: De outro lado temos os gêmeos Borden: duas almas, uma vida. O filme não revela o verdadeiro nome do outro gêmeo de Alfred, nem quem é Alfred dos dois, porém no livro, o gêmeo que ama Olivia se chama Frederick Borden. Ao contrário de Angier, os dois eram muito pobres, mas tinham um ao outro. Depois que Alfred levou o tiro, os dois passaram a se disfarçar como Fallon, um engenheiro contratado por Borden, mas que escondia que ambos eram gêmeos, inclusive da própria esposa Sarah. O único que sabia disso desde o começo era Cutter. Os dois se amavam tanto que quando um perdeu os dedos, o outro decidiu também perdê-los para continuar com o plano contra Angier. Um amava Sarah e o outro, Olivia. Frederick ocasionou o suicídio de Sarah e até mesmo o afastamento da amada. No final, ele foi enforcado por ter supostamente matado Angier e Alfred matou o Angier original ao mesmo tempo. Eu acredito que o Alfred que ficou vivo era o mesmo Alfred do começo do filme, que trabalhava com Angier. Uma frase: Frederick - Morto; Alfred - Vivo. Ufa! Vou falar deles separadamente agora.

Frederick Borden: Coloca a mágica acima de tudo, inclusive de sua amada, Olivia. Adora ser chamado de Freddie por ela. Não suporta ficar perto de Sarah e foi o responsável pelo suicídio dela e o afastamento de Olivia. É mais espontâneo, divertido, mas leva tudo a sério, inclusive a rivalidade com Angier. É o mais ambicioso tambem. Ele ama Jess, filha de seu irmão, tanto quanto o outro. Sua curiosidade o matou: seu irmão pediu para pararem de destruir a carreira de Angier e voltarem a viver de verdade depois do suicídio de Sarah. Entretanto, Frederick não escutou Alfred e foi em outro show de Angier onde ele foi acusado de ter matado The Great Danton. Foi enforcado sendo inocente. Ama o irmão a ponto de ter cortado os dedos fora para enganar Angier.

Alfred Borden: Ama Sarah e é pai de Jess. Ao contrário do irmão, ele ama a mágica, mas não exageradamente. Quando é obrigado a ver Olivia, odeia ser chamado de Freddie e sempre a lembra que tem família. É gentil, calmo e cauteloso. Sempre dizia à Sarah que a amava. Foi ele quem pediu para que ambos parassem de destruir a carreira de Angier. Vingou o irmão matando Angier e queimando a máquina dele. Foi ele quem levou o tiro de Angier nos dedos: Frederick teve que cortá-los. É o mais humano dos dois. Apesar do irmão ter provocado o suicídio de sua amada, Alfred não guardava rancor: o amava como se fosse ele mesmo.

Enfim, só mesmo vendo o filme para entender a lógica dos gêmeos Borden e de como Angier fez para um deles ser condenado à pena de morte. O filme vale a pena demais! Vou atrás o livro agora. Bye! 
Abracadabra. - Frederick Borden
 Nota Final: 9

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Explicando o Glam Rock: Velvet Goldmine


Nossa, está com um bom tempo que eu não posto nada aqui. HAHA. Enfim, para aqueles que se sentem ofendidos com os temas "Homossexualismo", "Bissexualismo" e "Crossdressing", sugiro que nem leiam esse post. E para aqueles metaleiros de plantão que odeiam estilos como Glam Rock (tema do filme deste post), New Wave, Punk, etc e tal, parem nessa linha mesmo. E os que detestam David Bowie, Iggy Pop e afins podem tirando o cavalinho da chuva! O post deste momento tem como filme o incrível filme Velvet Goldmine de Todd Haynes. Já falei de um filme do Haynes aqui, I'm Not There que conta a história do Bob Dylan. Enfim, esse diretor adora fazer um filme sobre música e eu dou valor a esse tipo. Não porque é polêmico, mas porque adoro música e os gêneros que eu mais gosto estão longe de serem Metal (há exceções, como sempre!). Ok, não estou aqui para falar dos tipos de música que eu curto e sim sobre o filme.


A história gira em torno de três personagens: Brian Slade (Jonathan Rhys Meyers), Curt Wild (Ewan McGregor) e Arthur Stuart (Christian Bale). Stuart passa o filme inteiro pesquisando e entrevistando pessoas que tiveram contato com Brian para escrever um artigo no jornal onde ele trabalha. Dessa forma, o filme é feito com flashbacks, inclusive da reação de Stuart em relação ao Glam. É fictícia, mas simboliza a ascenção do Glam Rock, o momento de glória e a decadência no começo dos anos 80. O nome do filme é o nome de uma música de David Bowie, um dos principais devotos do Glam na década de 70. O mais engraçado é que ele atua com Bale em O Grande Truque. Enfim, voltando ao foco, Brian representa Bowie na sua era mais Glam Rock: crossdressing (homem se vestir de mulher e vice-versa) e a sua fama no topo. Curt representa o encontro dos estilos de Bowie com Iggy Pop e Lou Reed e Arthur representa nada mais nada menos que o fã de Glam Rock daquela época: curiosidade em relação à sexualidade, sua admiração pelos ídolos e a decepção de como tudo terminou.

Os fãs de Glam Rock da década de 70 no filme com suas roupas andróginas. Um deles é Arthur Stuart (Bale).
Brian tinha problemas em fazer sucesso até conhecer Curt, que o ajudou a alavancar sua carreira. Ambos se tornaram amantes (sim, o filme mostra claramente a cenas deles). Enquanto isso, Stuart se torna fã do Glam, sentindo vontade de usar os mesmos acessórios, de provar um homem sexualmente e de se vestir como um andrógino usando maquiagem e brincos. Sua família o humilha por isso, mas mesmo assim, Stuart continua sendo fã até mesmo depois da decadência do Glam, representada pelo assassinato de Brian. Depois de um bom tempo, já sendo jornalista, Stuart pesquisa sobre a vida de seus ídolos para escrever um artigo. Ele descobre que Wild era amante de Slade, que ambos tiveram uma briga feia que ajudou para a derrocada do gênero. Ele também se lembra da transa que ele teve com Wild em um dos show, no telhado de um prédio. No final, Stuart se reencontra com Wild que lhe presenteia com um broche, que, no filme, traz o sucesso para seu portador. O primeiro a achar o broche foi Oscar Wilde, brilhante escritor (e um dos meus preferidos) que fora acusado de homossexualismo e preso por isso.

Para os fãs de Glam Rock de plantão e até mesmo, simpatizantes do amor gay, recomendo fortemente o filme. A trilha sonora vai de Iggy Pop até mesmo Thom Yorke, vocalista do Radiohead, que empresta sua voz em algumas músicas cantadas pelo personagem Brian. Os atores estão de parabéns: representaram muito bem seus papéis e deram um show de atuação. Muito dos diálogos desse filme vem de Oscar Wilde, que foi outro motivo para eu adorar mais ainda Velvet Goldmine. Todd Haynes é realmente o diretor da música, então mesmo que eu não curtisse Glam, iria adorar esse filme.

Enfim, só não gosta desse filme quem não for fã de Glam ou/e que tenha preconceito, hahaha! Porque as cenas desse filme são hot, e adoro um amor gay. Mas, assista mesmo pela história da música, principalmente você que está estudando para isso. O filme é cheio de detalhes sobre os cantores Glam, apesar de ser fictício.

Nota Final: 7

terça-feira, 21 de agosto de 2012

The New World: Mais um filme que aborda o amor entre Smith e Pocahontas


Para quem é doente por Literatura Inglesa como eu deve ter percebido que o único erro fatal de The New World, do brilhante Terrence Malick, foi o amor entre Pocahontas (Q'orianka Kilcher) e John Smith (Colin Farrell). Quem leu a obra sabe do que estou falando.

O filme é voltado todo para a personagem de Kilcher e isso está certo. Ele é feito de vários cortes, porém sempre respeitando uma linha cronológica, por mais que flashbacks apareçam de vez em quando. Quem gosta de movimento vai odiar o filme: ele segue um ritmo lento até mesmo nas batalhas. Mas em relação à fidelidade da obra, ele é muito bom com a exceção acima. A história a partir de John Rolfe (Christian Bale) começa a ser bem fiel já que o personagem de Farrell é deixado de lado por causa de uma suposta morte. Mas isso só acontece com mais da metade do filme.

Na obra, John Smith já tinha sua idade avançada, não era tão mais novo quanto o Smith de Farrell. Pocahontas era uma criança na época que as caravelas inglesas chegaram na América. E quando eu digo criança não significa que ela era velha o suficiente para ser uma adolescente e ter um amorzinho com o velho Smith. Eles se tornaram amigos e ela ajudou muito os homens de Smith, inclusive quando a guerra entre os ameríndios e os ingleses explodiu, tentando trazer a paz entre ambos os povos. Ela ficou tão famosa entre os brancos que decide ir à Inglaterra onde conheceu seu futuro marido, John Rolfe. Eles tiveram um filho, ela morreu muito nova e esse filho deles decidiu voltar à terra da mãe para ter uma vida lá em homenagem à ela. Basicamente, essa é a história do livro.

O filme, porém, aborda mais uma vez o amor inexistente entre John Smith e Pocahontas; um erro fatal que estraga o filme quase todo para os mais críticos como eu. Pocahontas conhece o prisioneiro John Smith por quem se apaixona e passa uma boa parte junto. Depois a guerra entre seu povo e o de Smith começa e eles são obrigados a se separarem. Ela sabe, então, que Smith morreu e fica triste por muito tempo até a chegada de John Rolfe no novo mundo. Rolfe se apaixona perdidamente por ela, ensina a moça a ler e a escrever, planta e colhe junto com ela, até que finalmente ele tem coragem de pedi-la em casamento. E aí que eu fico com raiva, porque ela aceita mas pensando no John Smith. Ahhhhhhhhhhhhhhhh! TÁ ERRADO! Eu sou fã do Rolfe desde pequena quando eu assisti ao segundo filme da Pocahontas da Disney, hahaha! Enfim, voltando ao filme, eles se casam, tem um filho e ficam muito felizes. Até aí tudo de acordo com o livro, mas o John Smith inventa de reaparecer para estragar mais uma vez. O pobre do Rolfe fica sem esperanças, porque sabe que a Pocahontas gosta do Smith e não dele. E eu estava quase arrancando os cabelos até que ela nega Smith e decide ficar com o Rolfe. AMÉM! Eu juro que gritei isso quando a cena passou. Depois dessa, o filme volta a ser fiel ao livro com a morte prematura de Pocahontas, chamada Rebecca depois de batizada, e a viagem do pequeno filho dela com Rolfe de volta às terras da América.


O que eu quero dizer com esse post todo é que basta apenas uma mudança na história para ela não ficar boa. Há pessoas que adoraram o jeito que o filme ficou, mais por causa que a história da Pocahontas da Disney ficou na nossa cabeça. No meu caso, sou daquelas que gostam quando a história chega perto da obra. Não que eu não tenha gostado do filme, mas se seguisse mais o livro, ficaria a melhor adaptação da obra de Pocahontas no cinema.

Nota Final: 7

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Bob Dylan resumido em Seis Alter Egos

O diretor Todd Haynes de Velvet Goldmine (1998) e Longe do Paraíso (2002) decidiu mais uma vez usar a música como tema para seu filme, Não Estou Lá (2007). Dessa vez, a vida do cantor e compositor Bob Dylan é descrita como filme e documentário. Só que o documentário é feito com atores. O interessante do filme é que Haynes divide as fases e características da vida de Dylan em seis personagens distintos: Jack Rollins/Pastor John (Christian Bale), Jude (Cate Blanchett), Arthur (Ben Whishaw), Robbie Clark (Heath Ledger), Billy (Richard Gere) e Woody (Marcus Carl Franklin). Palmas para Blanchett que interpretou muito bem um papel masculino, para Bale que soube muito bem interpretar o sotaque e o jeito de Dylan, para Ledger que interpretou de um jeito fantástico a fase sentimental de Dylan, para Franklin que além da atuação, cantou e tocou bastante bem, para Gere que mostrou sua maturidade diante da atuação e para Whishaw que soube passar o jeito mais poético de Dylan. Vou querer falar de cada personagem e quais fases da vida de Dylan eles representam. Para quem não é fã de Bob Dylan, o filme parece ser meio sem sentido, por isso eu aconselho que você leia uma biografia básica antes de vê-lo.

Woody Guthrie: Um garoto prodígio na música. A história começa com ele pegando um trem levando seu violão com ele. Woody, interpretado por Marcus Carl Franklin, representa a fase inicial da carreira de Dylan em relação à música. Para os fãs dele, devem já ter sacado o sobrenome do garoto: é tirado de Guthrie de quem Dylan era devoto. Dylan conhece Guthrie já doente e em um hospital. Repare que é com esse personagem que ele é socorrido e levado para o hospital. O trem que ele pega no começo representa sua ida ao rumo da música. É também nessa fase que o cantor muda seu nome várias vezes até chegar em Bob Dylan.

Jack Rollins: Então, é introduzido ao espectador uma nova fase da carreira de Dylan: Jack Rollins, interpretado por Christian Bale, representa a fase que Dylan se tornou um defensor dos direitos humanos e compositor de várias músicas que criticavam a sociedade na época. É nesse período que ele conheceu a cantora Joan Boez (Julianne Moore) e fez vários shows com ela. Jack foi responsável pela fase mais clássica da carreira de Dylan em relação ao Folk. Milhões de pessoas o adoravam e ele era a inspiração para várias bandas e cantores folk na época. Porém, Jack sentiu que a mídia estava se utilizando de sua fama e, em um discurso, falou das comparações entre ele e o assassino de John Kennedy, Lee Harvey Oswald, de uma maneira que atingiu a mídia. Depois dessa, Jack Rollins sumiu. Ele voltou a aparecer no final do filme com o nome de Pastor John, que representa a fase que Dylan se converteu ao Catolicismo e que chegou a lançar dois álbuns gospel.

Robbie Clark: Interpretado por Heath Ledger, ele representa a vida amorosa do cantor e seu interesse pela indústria cinematográfica. Repare que Robbie atua como Jack Rollins em um filme; isso quer dizer que o próprio Dylan interpretou ele mesmo e sua vida complicada. Robbie, entretanto, é um fracasso. Isso mostra que Dylan não teve sucesso com o cinema. É nessa fase também que mostra o quanto Dylan queria ter uma família, seu lado caseiro e mulherengo.


Jude Quinn: Essa é a fase mais interessante da carreira de Dylan, interpretada por Cate Blanchett. É com esse personagem que a fase Folk-Rock surgiu nas músicas dele e como seus fãs o odiaram por isso, chegando a chamá-lo de Judas. Jude também representa o conflito de Dylan com a imprensa, principalmente com o personagem Keenan Jones que volta a aparecer para outro alter ego de Dylan, Billy, como Pat Garrett. Jude é a fase que Dylan se encontra com os Beatles e com o poeta Allen Ginsberg. Blanchett dá um show de atuação e para muitos fãs do cantor, ela foi quem mais bem representou o ícone do folk. O humor negro e a rixa entre Dylan e a mídia deixa o filme mais interessante para que não é fã do cantor. Depois da confusão, Jude morre representando a passagem para a próxima fase do cantor.

Billy Parker: Um fazendeiro que fora cantor um dia e esteve longe dos palcos. Interpretado por Richard Gere, ele representa a fase que Dylan parou com a música por um tempo, indo viver no campo para ter um pouco de paz. Ele é pego pensando em seu início de carreira quando se encontra de relance com Woody. Depois de um bom tempo, Billy decide pegar o trem para fugir da prisão, que representa a vida sem a música, para recomeçar sua vida musical.


Arthur: Esse personagem, interpretado por Ben Whishaw, não é fixo como os outros, mas parece estar conectado a todos, aparecendo sempre durante o filme. Ele representa a parte poética do cantor que sempre o acompanhou por toda a vida. Ele é os pensamentos de Dylan.



Há várias pistas no filme que mostram que os seis personagens são a mesma pessoa como na parte em que Jones procura saber mais sobre Jude Quinn e acha um livro sobre ele. Na foto, não é Blanchett mas sim Christian Bale, representando a era Jack Rollins. Na cena que Billy se encontra com Woody é como se ele estivesse se lembrando do passado e sentindo falta. E dentre outras.

Enfim, o filme é genial. Acho interessante como Dylan é retratado brilhantemente sob a forma de seis personagens com histórias diferentes. Para quem é fã de Bob Dylan, esse filme é obrigatório. E para quem gosta de estudar biografias de artistas, ele é, sem sombra de dúvidas, o melhor filme sobre a vida desse cantor.

Nota Final: 8,5

Morre Tony Scott aos 68 anos

O diretor e produtor inglês Tony Scott, irmão de Ridley Scott, morreu hoje por um suposto suicídio. Ele era conhecido em ter dirigido filmes como Top Gun - Asas Indomáveis, Chamas da Vingança e, meu preferido, Inimigo do Estado. Descanse em paz. Mais uma mente brilhante do cinema se foi.